quinta-feira, 11 de junho de 2009

Margot Fonteyn




Por onde podemos começar? O nome de Fonteyn dominou o ballet britânico por mais de 40 anos! Foi uma das grandes bailarinas de nosso tempo, sendo uma das mais famosas da segunda metade do século. A musa de Ashton, o perfeito exemplar do estilo inglês - e tão belo quanto o verão indiano foi sua parceria com Nureyev. Para qualquer um que a viu, ela ainda é um exemplo para todas as novas bailarinas que surgem por aí.

Margot Fonteyn nasceu na Inglaterra em 1919, (Seu nome verdadeiro era Peggy Hookham) e viveu uma parte de sua infância na China. Quando ela completou 14 anos, sua família retornou à Inglaterra e ela obteu êxito numa audição para o Vic-Wells Ballet, fazendo sua estréia lá em 1934, como um floco de neve no 'Quebra-Nozes'. Seu primeiro solo foi o da jovem Treginnis no ballet de Valoi 'The Haunted Ballroom' (O Salão Mal-Assombrado). Quando Markova, a primeira-bailarina da compania, saiu em 1935, Fonteyn mais as outras bailarinas passaram a se questionar sobre quem iria substituí-la. Com as audições ficou claro que Margot seria a escolhida. Ela tinha 16 anos.

Na época em que a Segunda Guerra Mundial estourou em 1939, Fonteyn dançou como Aurora, Giselle e Odette/Odile, e - talvez o mais importante - criou meia dúzia de papéis para Ashton. Após um tumultuado começo causado pela mútua incompreensão, ela e o coreógrafo estabeleceram uma relação feliz que durou por mais 25 anos produzindo a maioria de seus grandes papéis e seus grandes balés.

Em tempos de guerra a Companhia passava por uma vida nômade, que só terminou com o convite para montar residência do Convent Garden, e assim eles inauguraram sua existência naquele local com o ballet 'A Bela Adormecida', que mostrou o quanto Fonteyn, ainda com 26 anos, já havia percorrido na sua vida de primeira-bailarina. 'Symphonic Variotions' e 'Cinderella' foram os ballets seguintes. Fonteyn deixou de ser tesouro nacional britânico para ser uma estrela internacional quando se apresentou com sucesso em New York, na inauguração história da Companhia em 1949.

A década de 50 presenciou Fonteyn tomar o papel de Karsavina em 'Pássaro de Fogo', e criar Ondine e Chloe - os papéis que segundo Ashton faziam mais falta para ele quando a bailarina parou de dançar. Em 1956 ela casou com Roberto de Arias, um diplomata do Panamá, e por um tempo teve que se desdobrar para ser tanto uma bailarina quanto a mulher de um embaixador. Em meados de 1960 a possibilidade de se aposentar começaram a aparecer em entrevistas e reportagens.

Então, em 1961, Nureyev fez seu famoso salto de liberdade em Paris, e de Valois, com sua percepção, o convidou para ir à Londres dançar 'Giselle'com Fonteyn. A primeira apresentação dos dois foi uma revelação, e a mais famosa parceria de toda a história do ballet nasceu. A controvérsia de diferença de idades anos entre eles, seus temperamentos opostos e seus antecedentes todos diferentes pareceram criar uma atmosfera elétrica entre os dois toda vez que apareciam juntos, e Fonteyn - ainda muito longe de ser apagada da fama - pareceu rejuvenescer, enquanto sua técnica melhorava. Certamente sua carreira se estendeu por mais 15 anos, e nós ainda a vimos em muitos novos ballets, geralmente criados para explorar a dinâmica da parceria - a mais famosa delas, provavelmte, em 'Marguerite e Armand', de Ashton.

Fonteyn se apresentou pela última vez no começo da década de 70, e se aposentou no Panamá para morar com seu marido, que ficou inválido após um acidente. Ela morreu com câncer em 1991. Sua musicalidade, sua eloqüência e elegância a fizeram a perfeita expressão do que viria a ser o estilo inglês. Sua modéstia e dignidade foram exemplos para toda a Companhia em seus anos de crescimento.

A maioria das filmagens sobre ela foram feitas muito tarde na sua carreira para acompanhar a sua técnica, mas ela parece ter inspirado os fotógrafos e também coreógrafos e assim há hoje um grande acervo de fotos de qualidade da bailarina. Após a fama de sua parceria com Nureyev a carreira ficou meio apagada, mas mesmo se ela já tivesse se aposentado sem dançar com ele, Fonteyn ainda seria lembrada como uma das grandes bailarinas que já tivemos.




Gica

1 comentário:

Susana Garcia Ferreira disse...

bonito esse ballet com essa música clássica.